Reforma Tributária no Brasil: o que muda a partir de 2025
Entenda os pilares da reforma tributária brasileira, quem ganha, quem precisa rever processos e como começar a planejar a transição para o IVA dual.
A reforma tributária finalmente saiu do papel e inicia, a partir de 2025, uma das maiores reestruturações do sistema fiscal brasileiro desde a Constituição de 1988. Com a aprovação da Emenda Constitucional 132/2023 e das primeiras leis complementares em 2024, o país avança para um modelo de Imposto sobre Valor Agregado (IVA) dual, mais simples e transparente.
O que muda na prática
O antigo emaranhado de impostos sobre consumo — PIS, COFINS, IPI, ICMS e ISS — dá lugar a três novos tributos:
- CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços): federal, substitui PIS, COFINS e IPI.
- IBS (Imposto sobre Bens e Serviços): gerido por estados e municípios, substitui ICMS e ISS.
- Imposto Seletivo (IS): incide sobre bens e serviços prejudiciais à saúde ou ao meio ambiente, como cigarros e bebidas açucaradas.
O objetivo central é eliminar a tributação em cascata e garantir crédito amplo para toda a cadeia produtiva. Na ponta, o consumidor passa a enxergar na nota fiscal o valor efetivamente pago de tributos, facilitando a comparação de preços entre estados e municípios.
Cronograma de transição
A implementação da reforma é gradual para evitar solavancos na arrecadação:
- 2025: regulamentação final, testes com sistemas e ajustes de tecnologia.
- 2026: CBS (0,9%) e IBS (0,1%) entram em operação em fase piloto, sem redução imediata dos impostos atuais.
- 2027: PIS e COFINS são extintos de vez; a CBS passa a valer integralmente.
- 2029 a 2032: redução progressiva de ICMS e ISS com aumento proporcional do IBS.
- 2033: fim do sistema antigo e consolidação total do IVA dual.
Setores com tratamentos diferenciados
Nem todas as atividades pagarão a mesma alíquota. As leis complementares criaram regimes específicos:
- Saúde, educação e transporte coletivo: redução de 60% na alíquota.
- Produtos da cesta básica: alíquota zero em âmbito nacional.
- Profissionais liberais: redução de 30%, mediante regras de compliance.
- Tecnologia e economia digital: mecanismos especiais de crédito para exportação de serviços.
Empresas que atuam nesses segmentos precisam ficar atentas aos requisitos de enquadramento para não perder benefícios.
Como se preparar agora
- Revise o ERP e o faturamento para garantir o destaque correto dos novos impostos e o controle de créditos.
- Recalcule preços e margens considerando o fim da cumulatividade e os créditos de insumos.
- Mapeie contratos e benefícios fiscais, especialmente se a empresa depende da guerra fiscal do ICMS.
- Treine o time financeiro: a não cumulatividade plena exige conciliações mais frequentes e documentação robusta.
A reforma é uma maratona. Quem começar cedo estará em vantagem quando o novo modelo estiver totalmente operacional.
Como a ÁGAPE pode ajudar
Na ÁGAPE Consultoria Empresarial, acompanhamos de perto a elaboração das leis complementares e já estamos implementando planos de transição com nossos clientes. Atuamos em quatro frentes principais:
- Diagnóstico tributário personalizado para identificar riscos e oportunidades.
- Simulações de carga tributária em diferentes cenários de alíquota.
- Revisão de processos e tecnologia para garantir conformidade com CBS e IBS.
- Treinamento e acompanhamento contínuo para times financeiros e fiscais.
Quer entender como a reforma impacta o seu negócio? Fale com a nossa equipe e agende um diagnóstico gratuito.